Categorias

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Além das Palavras!


Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo. João 1:17

Sou autor e editor; portanto, as palavras me fascinam. As palavras mudam de significado de uma cultura para outra ou dentro da mesma cultura.

Analise, por exemplo, a palavra wrinkly [“enrugado”, “franzido”]. Em minha infância na Austrália, essa palavra era um adjetivo que se referia às dobras formadas na pele devido à preocupação, idade ou fadiga. Hoje em dia, entretanto, os australianos a utilizam como um substantivo para designar uma pessoa dotada cronologicamente. Ou seja, para eles, wrinkly é alguém idoso.

Isso me leva a refletir sobre os primeiros cristãos e o desafio que enfrentaram ao tentar escrever a respeito de Alguém que está além das palavras. Apesar de em muitos aspectos Jesus de Nazaré ter sido igual a qualquer outro ser humano, em outros foi totalmente diferente. Na beleza e pureza de Sua vida, em Sua compaixão e misericórdia, na perfeição de Seu caráter, Jesus foi sui generis – único, singular.

Como falar ou escrever sobre um Homem que excede a habilidade da linguagem para expressá-Lo? Inventando novas palavras, um novo vocabulário? Não seria uma má ideia, mas não ajudaria em nada. Ninguém entenderia coisa alguma do que fosse escrito. A outra maneira (que na verdade é a única maneira) é pegar palavras que já existem e dar-lhes um novo significado.

Foi exatamente isso o que os primeiros cristãos fizeram. Eles encontraram, por exemplo, uma palavra grega muito, muito antiga, charis, e atribuíram-lhe um novo significado. Essa palavra, que originou palavras como “carisma” ou “carismático”, inicialmente era empregada no sentido de “favor”. Era usada especialmente de duas maneiras: a primeira, para descrever alguém fisicamente favorecido; a segunda, para expressar apreciação.

O Novo Testamento contém vários exemplos de tais usos, como no texto em que lemos que Jesus crescia no favor de Deus e dos homens (Lc 2:52), ou quando Paulo exclamou: “Agradeçamos a Deus” (1Co 15:57, NTLH). Em ambos os casos a palavra é charis.

Entretanto, a palavra charis foi utilizada de forma predominante no Novo Testamento com um sentido novo: “graça”. Não mais apenas favor, mas o favor de Deus, demonstrado a nós através de Seu Filho amado. Favor sem mérito algum, favor totalmente imerecido. Jesus, cheio de graça (charis) e de verdade, ultrapassa as fronteiras da linguagem. Ele é maravilhoso, além das palavras.

Mais uma semana se inicia! Esteja sempre com Jesus, aí, certamente, estarás seguro. Um bom dia!

domingo, 29 de janeiro de 2012

O Nascimento que Mudou o Mundo!


Mas o anjo lhes disse: “Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas-novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo o Senhor.” 
Lucas 2:10, 11

A partir de qual grande evento se calcula o período de toda a história? Há muitos anos, W. H. Fitchett registrou a clássica resposta: “O nascimento de um judeu, que era um camponês numa província obscura numa época distante; que não escreveu nenhum livro, não fez nenhuma descoberta, não inventou nenhuma filosofia, nem construiu nenhum templo; um camponês que morreu quando, pelo modo que homens enumeram vidas, Ele havia mal alcançado sua idade produtiva, e morreu a morte de um criminoso. [...] O tempo civilizado, no entanto, é marcado pelo nascimento deste judeu! Os séculos carregam Sua assinatura, e os anos modernos são marcados por consentimento universal como o ‘Ano do Senhor’. [...]

“A cada manhã todos os jornais do mundo civilizado [...] reajustam a data de acordo com o Seu nascimento. Cada ano que chega é batizado com o Seu nome. Os calendários e as atas do Parlamento, os negócios, a política e a literatura – a própria data que escrevemos no cheque e nas cartas – tudo é ajustado inconscientemente à cronologia da vida de Cristo. Deixar uma assinatura humana no tempo, colocar um nome humano à frente dos séculos apressados, é uma grande façanha. César não conseguiu, nem Shakespeare ou Newton. A genialidade é inútil para realizar tal tarefa; a espada é inútil; a riqueza é inútil. Mas esse judeu conseguiu. [...]

“A espada de nenhum imperador jamais cortou o tempo de forma tão profunda que o deixasse marcado para sempre. [...] Apenas um nome sobrevive; apenas uma imagem é visível através do amplo espaço do tempo.

“O Filho encarnado de Deus, o Verbo que Se fez carne e que entrou na história deste mundo a fim de remodelá-la – é justo que a Ele todos os anos prestem a homenagem inconsciente de carregar o Seu nome. O calendário cristão representa o selo da realeza de Cristo no próprio tempo. Crer que um impostor remoto, numa província esquecida de um império arruinado, colocasse a Sua assinatura de forma tão profunda no tempo a ponto de influenciar todos os séculos a carregar Seu nome é o mesmo que crer que uma criança, com sua caixa de lápis de cor, pudesse mudar a coloração de todos os oceanos!” (The Unrealized Logic of Religion, p. 16-26).

Jesus, entra em minha vida e me transforma hoje.

Peça isso a Ele e certamente, se seu pedido, for de coração, Ele o fará! Simplesmente, Creia!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Milagre na Autoestrada!


Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. Lucas 10:31

Não acredito no acaso. Nem acredito em sorte. Acredito na graça. Graça significa que coisas boas acontecem mesmo num mundo cheio de maldade. Graça significa que Deus está trabalhando para fazer com que coisas boas aconteçam. Para o observador desavisado, parece obra do acaso ou da sorte; mas a pessoa que conhece Jesus, cheio de graça, sabe que é obra da graça.

Ed Theisen, 46 anos, estava estirado na estrada Gulf, próximo a Houston, Texas, Estados Unidos. Ele dirigia quando outro motorista bateu na traseira de seu carro. Theisen saiu do carro para trocar informações sobre o seguro com o motorista. De repente, sentiu-se fraco. Agarrou-se à barreira de proteção e caiu, sumindo de vista.

O motorista do guincho que rebocou o carro de Theisen não o viu. O policial que registrou o acidente não o viu. Concluíram que ele tinha simplesmente saído de cena.

Mas Ed Theisen ainda estava lá, no chão, paralisado devido à fratura no pescoço e um ferimento grave na medula espinhal. Ficou caído de lado, encarando o muro de concreto.

Theisen passou a noite inteira sozinho estirado no chão. O tempo foi transcorrendo até somar 36 horas. Ninguém viu, ninguém ouviu.
Foi então que, “por acaso”, alguém que pegava carona na caçamba de uma caminhonete o viu e chamou a polícia. O oficial cutucou Ed Theisen com o cassetete pensando que ele estava morto. Mas ele estava vivo, coberto pela poluição de Houston.
A esposa, Débora, os parentes e os amigos distribuíam panfletos pelo bairro quando receberam a notícia. Débora ligou para o hospital, que lhe informou:

– Ele está aqui. Está vivo e mandou dizer que a ama.

Graça, não acaso. Graça significa que pessoas condenadas à morte sobrevivem. Graça significa que um bom samaritano cruzará o nosso caminho. Graça significa que coisas boas acontecem em meio à poluição. Ainda que seja numa autoestrada de Houston.

Que graça maravilhosa não é amigos? Jesus é maravilhoso e cuida dos Seus filhos! Amémmm!!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Abençoada Inimizade!!!


Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar. Gênesis 3:15

A jornada da vida está repleta de surpresas. Um jovem, com o mundo aos seus pés, joga tudo fora e destrói a vida. Após 20 anos de amor e companheirismo ao buscar construir um lar e estabelecer uma família, um cônjuge abandona tudo e foge com outra pessoa.

Mas há também o outro lado. Existem crianças que aparentemente têm tudo contra si, crianças que nasceram em lares destruídos e defeituosos, crianças cujos pais são alcoólatras, crianças sem alguém próximo que tenha ao menos completado o ensino médio, crianças condenadas à morte prematura por causa das drogas, do conflito entre gangues ou do abuso, mas que de alguma forma sobrevivem, quebram o ciclo, prosseguem quem sabe nos estudos e contribuem para o bem da sociedade, que fica impressionada ao saber de suas origens.

Não estamos sozinhos na batalha desta vida. Se estivéssemos sozinhos, todos nós, a despeito das condições em que fomos criados, seríamos marionetes do diabo. Seríamos movidos para lá e para cá, presos aos cordéis em suas mãos. A queda no Jardim do Éden inclinou de forma irresistível a nossa natureza ao pecado. É muito mais fácil mentir do que falar a verdade, odiar do que amar, trair do que ser fiel.

Mas não estamos sozinhos. Deus não nos deixou no poço que nós mesmos cavamos. Ele pôs inimizade entre a serpente e nós. Não temos que obedecer à ordem de Satanás. Podemos buscar a Deus.

O que é essa inimizade, essa oposição contra o mal, que corre contra a nossa natureza? É a graça.

“É a graça que Cristo implanta na alma que cria no homem a inimizade contra Satanás. Sem esta graça que converte, e este poder renovador, o homem continuaria cativo de Satanás, como servo sempre pronto a executar-lhe as ordens. Mas o novo princípio na alma cria o conflito onde até então houvera paz. O poder que Cristo comunica habilita o homem a resistir ao tirano e usurpador. Quem quer que se ache a aborrecer o pecado em lugar de o amar, que resista a essas paixões que têm dominado interiormente e as vença, evidencia a operação de um princípio inteiramente de cima” (O Grande Conflito, p. 506).

Obrigado, querido Deus, por essa abençoada inimizade!

Tenham todos um excelente dia!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A Obediência da Graça!


“Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias”, declara o Senhor: “Porei a Minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o Meu povo.” Jeremias 31:33


Certa vez comecei a escrever um livro sobre a graça (que mais tarde foi publicado sob o título Glimpses of Grace [Vislumbres da Graça]). Ao comentar a respeito de meu projeto com um colega, ele respondeu:

– Bill, não precisamos de outro livro sobre a graça. Você deveria escrever um livro sobre a obediência!

Sim, a obediência é importante. Ao longo das páginas da Bíblia, Deus nos conclama a obedecer. Mas que tipo de obediência Ele requer? Essa é a questão.

A única obediência que conta é a obediência da graça. Ao sermos conquistados por Deus através de Seu amor, ao vislumbrarmos a glória da Palavra que Se fez carne, que armou a Sua tenda entre nós a fim de revelar o caráter de Deus e que voluntariamente Se dispôs a ir ao Calvário em nosso lugar, ao cairmos aos Seus pés e como Tomé exclamarmos: “Senhor meu e Deus meu (Jo 20:28), passamos a desejar servi-Lo e obedecer-Lhe.

A obediência da graça significa que Deus escreve Sua lei em nosso coração e em nossa mente. Não trabalhamos mais como funcionários assalariados em busca de recompensa, mas vivemos como filhos e filhas da família divina. Ao lançarmos nossas ansiedades e preocupações sobre Jesus, tomaremos Seu jugo e perceberemos que Seu jugo é suave e Seu fardo é leve (Mt 11:30).

Um poema antigo atribuído a São João da Cruz expressa a essência da obediência da graça, do coração que se apaixonou por Jesus e deseja nada mais do que Ele.

Não me move, Senhor, para Te amar

O Céu que me prometeste.
Nem me move o inferno tão temido
Para deixar por isso de Te ofender...
Move-me enfim o Teu amor,
E de tal maneira
Que ainda que não houvesse Céu eu Te amaria;
E ainda que não houvesse inferno Te temeria.

Entende agora amigo? A Graça não anula de forma nenhuma a obediência a Deus, senão, não seria graça, mas, desgraça! Pense nisso!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Deus Estava Lá no Inferno!


Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura também lá estás. Salmo 139:8

Ernest Gordon, que narrou a história do milagre às margens do rio Kwai, fez sua cama no inferno. Já sofrendo de disenteria, malária, infecção sanguínea e beribéri, contraiu também difteria, o que significava que não podia mais trabalhar na estrada de ferro. Gordon foi enviado para a Casa da Morte, apelido que o terrível hospital do campo de concentração recebeu. Localizado num oceano de lama no ponto mais baixo do campo, o “hospital” estava repleto de centenas de homens à beira da morte, cobertos da cabeça aos pés de moscas, percevejos e piolhos. Parecia mais um cemitério fétido de seres humanos desesperados em estado de putrefação.

Alguns amigos o procuraram, o encontraram entre os corpos em deterioração e o carregaram numa maca para uma pequena cabana que haviam construído. Banharam-no, limparam as feridas de suas pernas e fizeram-lhe curativos. Prepararam comida para ele e lhe aplicaram massagens. Pouco a pouco, a sensibilidade dos membros de Gordon começou a voltar. Contrariando todas as expectativas, ele sobreviveu.

Essa demonstração de compaixão fez parte de um fenômeno muito mais amplo que ocorreu no campo de concentração. O que estava acontecendo em Chungkai? Algumas histórias começaram a circular sobre soldados tementes a Jesus Cristo que haviam sacrificado a vida em atos de abnegação, heroísmo, fé e amor. Ouviu-se, por exemplo, a respeito de um homem grande e forte que de repente desmaiou e morreu de fome porque havia dado suas porções de comida para um amigo doente, que se recuperou. Outro soldado assumiu a culpa do sumiço de uma pá e foi espancado até a morte. (Naquela noite, ao serem contadas as ferramentas, não faltava nenhuma.) E muitos outros relatos assim.

Essas demonstrações da graça contagiaram o campo. Os prisioneiros trocaram a lei da selva pela lei de Cristo. Começaram a ajudar uns aos outros. Começaram a confeccionar braços e pernas artificiais, a preparar remédios com as plantas medicinais da selva. Passaram a realizar funerais em vez de queimar os mortos empilhados uns sobre os outros. Construíram uma capela, faziam cultos e realizavam batismos. Deram início a uma universidade na selva e frequentavam às aulas. Formaram uma orquestra. Voltaram a sorrir, a dar risada e a cantar.

Ernest Gordon se tornou cristão. Ao fim da guerra, estudou teologia e, mais tarde, se tornou o capelão da Universidade de Princeton. Grande é o poder do pecado, mas a graça é ainda mais poderosa.

Depois de uma história como essas, o que comentar não é? Obrigado Senhor pela Sua maravilhosa Graça!!!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Pelo Vale do Kwai!


A Lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça. Romanos 5:20

Há muitos anos, um filme famoso narrou a história de um excêntrico coronel britânico que comandou as suas tropas, todos prisioneiros dos japoneses, na construção de uma ponte ferroviária na Tailândia. O filme recebeu o título de A Ponte do Rio Kwai.

Tanto o filme quanto o livro que o inspirou foram baseados em fatos reais, mas se desviaram um pouco da realidade. O que de fato aconteceu em Chungkai, o campo de concentração localizado na fronteira da Tailândia, é mais emocionante e mais maravilhoso do que qualquer coisa retratada no filme. Ernest Gordon, oficial escocês que esteve lá e sobreviveu contrariando todas as expectativas, escreveu o verdadeiro relato dessa história em Through the Valley of the Kwai [Pelo Vale do Kwai].

Com a queda de Cingapura na Segunda Guerra Mundial, o exército japonês assumia o controle do sudeste da Ásia com muita rapidez. Estavam tomando conta da Nova Guiné e prestes a controlar a Austrália. Um prêmio ainda maior chamava a atenção na Índia, mas a marinha britânica patrulhava os mares. Uma estrada de ferro ligava o norte de Cingapura à fronteira tailandesa. Outra ligava a Birmânia à Índia. Se pudessem ligar Chungkai à Birmânia, seriam capazes de atacar a Índia por terra.

Os prisioneiros de guerra foram forçados a trabalhar a fim de traçar uma rota pela selva asiática. Descalços e vestindo apenas tangas, os prisioneiros trabalhavam das cinco e meia da manhã até tarde da noite num calor de 48 ºC. Os guardas gritavam a todo instante: “Mais rápido! Mais rápido!” Com os pés cortados e machucados, insetos subindo-lhes pelo corpo suado, os prisioneiros trabalhavam arduamente para concluir a tarefa. A porção de comida era insuficiente. Os homens caíam ao chão e morriam como se fossem mosquitos devido à sede, exaustão, doenças e fome.

A estrada de ferro levou um ano para ser terminada. Seus 402 quilômetros de extensão ceifaram mais de 100.000 vidas. À medida que os prisioneiros adoeciam, eram enviados de volta para Chungkai. O campo de concentração, que passou a abrigar aproximadamente 8.000 homens famintos e doentes, se tornou um inferno na Terra, local em que o egoísmo, o ódio e o medo imperavam.

Se alguma vez o pecado aumentou, ele aumentou em Chungkai. Mas a graça de Deus começou a penetrar aquele buraco do inferno devagar e de forma imperceptível, até que, onde aumentou o pecado, passou a transbordar a graça.

Que história não é amigos? Tenham todos um ótimo dia!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quando a Graça se Manifestou!


Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Tito 2:11

O apóstolo Paulo, em sua carta para o jovem pastor Tito, escreveu a respeito da “manifestação” da graça na Terra, evento que colocou um marco na história humana. As palavras de Paulo se assemelham às de João na famosa introdução ao seu evangelho: “Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo” (Jo 1:17). Assim, ao lermos que “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”, podemos substituir a palavra “graça” por “Jesus” e permanecer fiéis ao que Paulo quis dizer. Pois Jesus, como João mesmo afirmou, era “cheio de graça” (Jo 1:14).

Será que isso significa que o Antigo Testamento é destituído de graça? De forma alguma. A graça se manifesta como um fio dourado desde Gênesis até Malaquias, apesar de a palavra em si não aparecer.

Embora o Antigo Testamento esteja repleto de palavras que expressam a justiça de Deus e a Sua misericórdia, a palavra mais bonita que aparece é chesed, que denota a compaixão e a misericórdia de Jeová. Chesed é geralmente traduzida como “bondade” na versão Almeida Revista e Atualizada, ou como “amor” na Nova Versão Internacional. Alguns exemplos são: “Mostra as maravilhas da Tua bondade, ó Salvador dos que à Tua destra buscam refúgio dos que se levantam contra eles” (Sl 17:7, ARA) e “Não me negues a Tua misericórdia, Senhor; que o Teu amor e a Tua verdade sempre me protejam” (Sl 40:11).
Essa palavra maravilhosa está especialmente relacionada à ideia de aliança, conceito dominante no Antigo Testamento. Jeová guarda a Sua aliança. Isso significa que as Suas promessas são absolutamente verdadeiras. Ele é fiel. Podemos confiar em Sua chesed – Sua bondade ou Seu amor – porque é tão confiável quanto o próprio Deus.
Oh, que revelação preciosa antes da chegada de Jesus! E, quando Ele veio, a graça “manifestou-se”. Edificou sobre tudo o que já havia acontecido antes, resumiu e encheu a taça até transbordar. Assim é Jesus, a Palavra que Se fez carne. Não mais por meio de palavras, mas por meio de Sua vida e de Sua morte!
“Vimos a Sua glória”, escreveu João, esforçando-se para encontrar palavras para expressar Aquele “cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14).
Vejo a Sua glória ainda hoje?

Entendeu? A Graça sempre existiu, depois, em Cristo, ela se manifestou nEle mesmo, que é a própria Graça em pessoa!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Deus Cuida!


Lancem sobre Ele toda a sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês. 1 Pedro 5:7

No século 13, Frederick II, imperador do Sacro Império Romano, realizou uma experiência para descobrir que espécie de linguagem as crianças desenvolveriam se fadadas ao silêncio desde os primeiros anos de vida. Ele selecionou alguns bebês recém-nascidos e ordenou que ninguém falasse com eles. Apesar de ter escolhido responsáveis para amamentar e banhar os bebês, proibiu-os estritamente de cantar ou falar com as crianças. Mas a experiência fracassou – todos os bebês morreram!

Uma “criança selvagem” encontrada na Califórnia, Estados Unidos, respondeu à pergunta levantada por Frederick II. Genie, apelido que recebeu dos assistentes sociais a fim de zelar por sua privacidade, era uma menina de 13 anos de idade que foi mantida isolada num pequeno quarto e desde a infância nunca ouvira uma palavra sequer por parte dos pais.

O pai de Genie aparentemente odiava crianças. Desde os 20 meses de idade até 12 anos mais tarde, ocasião em que foi descoberta, Genie viveu praticamente em total isolamento. Nua, presa por uma armadura confeccionada pelo pai, era obrigada a ficar sentada num vaso sanitário dia após dia. À noite, o pai a colocava numa espécie de camisa de força e a enjaulava num berço com laterais de malha metálica. Se fizesse qualquer barulho, era espancada. Ele nunca falou com ela.

Genie foi descoberta em novembro de 1970, ocasião em que a mãe a levou para a assistência social. Era uma adolescente em estado deplorável, deformada, descontrolada, antissocial, subnutrida. Não era capaz de se manter em pé. Não conseguia ficar ereta. Não sabia mastigar. Pesava somente 27 quilos. E não sabia falar, apenas choramingar.

O fato de Genie ter sobrevivido é inacreditável. Ao longo dos anos de reabilitação, ela aprendeu a se comunicar de forma confusa. Embora aparentemente tenha nascido uma criança normal, o resultado do teste de QI foi de apenas 38 em 1971, e de 74 em 1977. Por ter-lhe sido negada a oportunidade de desenvolver-se, certas partes do seu cérebro nunca funcionarão como deveriam.

Todos nós fomos criados para receber carinho. Não importa a idade, fomos feitos para amar e ser amados. Se não tivermos alguém que se importe conosco, a vida se torna um grande sofrimento sem fim. A boa notícia é que Jesus colocou-nos sob o cuidado de Deus! Ele Se importa imensamente conosco. Tudo o que sabemos sobre compaixão, bondade e amor é tão somente uma pálida sombra do cuidado infinito de Deus. Foi isso que Jesus ensinou e viveu.

Viva em sua vida os princípios da vida de Jesus, é uma pena que muitos, que se dizem "cristãos" vivem como fariseus!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Em Meio ao Silêncio!


No princípio era Aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. João 1:1, 2

A base do hinduísmo e do budismo é: “No princípio eram as obras.” Uma estrutura religiosa e filosófica inteira se originou a partir dessa premissa.

A palavra carma significa obras ou feitos. De acordo com essa crença, o Universo é regido por uma justiça intransigente – recebemos aquilo que merecemos. Você nasceu numa família pobre? Isso ocorreu por causa do peso acumulado do carma, a soma das suas ações ao longo de inúmeras encarnações. Assim, é compreensível que, sob esse sistema, o objetivo da vida espiritual seja romper o ciclo da morte e da reencarnação e acumular uma quantidade suficiente de boas ações para ser finalmente liberto.

De maneira totalmente contrastante, a Bíblia afirma: “No princípio era Aquele que é a Palavra.” Antes de o mundo nascer, a Palavra estava lá. Antes de o Universo ser criado, a Palavra já existia. A Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.

A declaração de João, constituída de expressões tão simples, me deixa maravilhado. Ela revela que desde o princípio dos princípios Deus não permanece em silêncio. A Palavra era Deus. A Palavra é Deus. Deus quebra o silêncio; Deus fala.

Que diferença uma palavra faz! Uma palavra dita a uma pessoa presa em escombros após um terremoto: “Há alguém aí?” Uma palavra vinda do consultório médico: “Os resultados dos exames estão bons. Você vai ficar bem.” Uma palavra de uma agência de empregos: “Você foi admitido.” E especialmente palavras como estas: “Eu te amo.” “Eu te perdoo.”

Em meio ao silêncio da eternidade, em meio à imensidão do espaço, Deus fala. Ele diz: “Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jr 31:3, ARA). “Não tema, pois Eu o resgatei; Eu o chamei pelo nome; você é Meu” (Is 43:1).

Ouça! A Palavra ainda fala ao nosso coração. Em meio ao silêncio que nos envolve quando enfrentamos momentos de tristeza, quando vemos nossos sonhos se desvanecerem como um castelo de areia, quando clamamos a Deus e nossas palavras parecem voltar como se tivessem batido num céu feito de bronze e sentimos que não podemos prosseguir, Jesus fala.

Ele ainda fala. Sempre foi assim. E sempre será.

Ele é a Palavra que Se fez carne, cheio de graça e de verdade.

Não desanime, caro amigo. Confie nEle a despeito do que os seus sentimentos lhe disserem. Creia, apenas creia. Apegue-se à Palavra.

Um ótimo dia para vocês, queridos leitores!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Resgatada por Causa da Covinha!!!


Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, Eu não Me esquecerei de você! Isaías 49:15

A mãe conhece. Mesmo depois de muitos anos, a mãe ainda conhece o filho.
Em 24 de janeiro de 2004, Luz Cuevas participou de uma festa de aniversário na Filadélfia, Estados Unidos. Com um único olhar para a menina de 6 anos de idade e de cabelos negros, viu a covinha em seu rosto e soube.

“Quando a vi, soube que era minha filha”, afirmou Cuevas, que não é muito fluente no inglês. “Senti vontade de abraçá-la. Queria fugir com ela.”

Luz Cuevas nunca aceitou o que todo mundo já havia aceitado: que Delimar Vera, de apenas dez dias de vida, sua única filha, havia falecido em 15 de dezembro de 1997 durante um incêndio na casa da família. O corpo do bebê nunca havia sido encontrado. Apesar de o incêndio ter sido controlado em dez minutos, o quarto de Delimar fora destruído e os investigadores concluíram que o calor e as chamas intensas haviam consumido o corpo.

Mas a mãe duvidou. Primeiro, ao entrar no quarto, viu o berço vazio. Segundo, a janela do quarto da criança estava aberta, mesmo sendo uma tarde fria de inverno.

Além disso, não podia se esquecer do estranho comportamento de uma conhecida da família. Essa mulher apareceu várias vezes após o nascimento do bebê dizendo estar grávida. Após o incêndio, no entanto, as visitas pararam de repente.

Agora, seis anos mais tarde, Luz Cuevas olha – e sabe. “Disse para a minha irmã: ‘Olhe; ela é a minha filha’”, relatou a um repórter.

Mas era preciso provar. Durante a festa, ela disse à menina que havia chiclete grudado em seu cabelo e puxou cinco fios. Embrulhou-os num guardanapo, depois numa sacola plástica e trancou-os num lugar seguro em casa. Em seguida, entrou em contato com as autoridades.

“Por causa da televisão, sabia que era preciso fios de cabelo para fazer o teste de DNA”, Cuevas declarou.

O teste de DNA confirmou que a menina de 6 anos de idade com a covinha no rosto, chamada Aliyah, era de fato Delimar Vera.

Exatamente como Deus. Porque Ele nunca Se esquece. Ele conhece.

É amigos, mesmo que uma mãe, porventura, venha a se esquecer de um filho seu, Deus nunca se esquece de nós!

Tenham todos um lindo e promissor dia!!!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Celebridade!


Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os Seus ombros. E Ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Isaías 9:6

Nossa era se tornou aficionada por celebridades. Pegamos um homem e uma mulher comuns que possuem certa habilidade (ou nem tanto) em cantar e tocar e os posicionamos no centro das atenções. Selecionamos atletas talentosos e passamos a considerá-los semideuses. Multidões buscam banhar-se no reflexo de sua glória. Enfrentam horas de fila para vê-los de relance (oh, que alegria e emoção!) ou para conseguir uma assinatura rabiscada num pedaço de papel. Uma indústria enorme se beneficia com o fanatismo pelas celebridades: fã-clubes, adornos, vestuário, brinquedos e inúmeros outros produtos e serviços.

Senhoras e senhores, apresento-lhes uma celebridade verdadeira, um Homem que nunca será considerado traidor ou enganador, cujo segredo de vida não corresponde às aclamações da mídia. Apresento-lhes Jesus de Nazaré.

Boris Pasternak em sua obra clássica, Doutor Jivago, retratou um pouco do profundo impacto desse Homem que ofusca todas as outras “celebridades”. “Roma era um mercado de deuses emprestados e povos conquistados, uma loja de venda de saldos de dois andares, a terra e o céu, uma massa de imundície torcida num nó triplo como uma obstrução intestinal. Dácios, hérulos, citas, samaritanos, hiperboreanos, rodas pesadas sem travas, olhos afundados no excesso de gordura, sodomia, imperadores iletrados, peixes alimentados pela carne de escravos instruídos. Havia mais pessoas no mundo do que nunca, todas aglomeradas nos corredores do Coliseu, e todas desgraçadas.

“Então, nessa pilha sem sentido de ouro e mármore, Ele veio, iluminado e revestido de uma aura, enfaticamente humana, deliberadamente provincial, galileu, e naquele momento os deuses e as nações cessaram de ser e o homem passou a ser – o homem-carpinteiro, o homem-arador, o homem-pastor com seu rebanho de ovelhas ao pôr do sol, o homem que não soa em nada orgulhoso, o homem que com gratidão é celebrado em todas as canções de ninar das mães e em todas as galerias de arte ao redor do mundo.”

Jesus, Senhor do Céu e da Terra, Criador e Salvador, eu Te aceito como Senhor de minha vida. Caminha ao meu lado neste dia e coloca-me sob o Teu cuidado.

Que bom esse pedido não é? Que ele seja o seu no dia de hoje!

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Acampante Celestial!


A Palavra tornou-Se carne e sangue e mudou-Se para a vizinhança. Vimos a glória com nossos próprios olhos, a glória única, como Pai, como Filho, generoso por dentro e por fora, verdadeiro do começo ao fim. João1:14, The Message

O texto bíblico de hoje literalmente diz: “E a Palavra tornou-Se carne e armou Sua tenda entre nós.”

Jesus foi o acampante celestial que veio do Céu para ficar conosco por um tempo. Ele já existia muito antes de nascer como o bebê de Maria e, após Sua morte no Calvário, reassumiu a função que exercia desde a eternidade. “Ninguém jamais subiu ao Céu, a não ser Aquele que veio do Céu: o Filho do homem” (Jo 3:13). À medida que Sua morte se aproximava, Jesus disse aos Seus amigos: “Eu vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai” (Jo 16:28).

Ele deixou a glória celestial, onde miríades de anjos atendiam às Suas ordens, para sofrer entre nós. Tornou-se o mais humilde dos humildes – nasceu numa manjedoura, viajou em um barco emprestado, montou um jumento que não era Seu, foi sepultado num sepulcro doado.

Mas sabia que seria por pouco tempo. Ele não veio para ficar; estava apenas acampando aqui. Quanto realizou em tão pouco tempo!
“Deus ordenou a Moisés acerca de Israel: ‘E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles’ (Êx 25:8), e habitou no santuário, no meio de Seu povo. Durante toda a fatigante peregrinação deles no deserto, o símbolo de Sua presença os acompanhou. Assim Cristo estabeleceu Seu tabernáculo no meio de nosso acampamento humano. Estendeu Sua tenda ao lado dos homens, para que pudesse viver entre nós, e tornar-nos familiarizados com Seu caráter e vida divinos. ‘O Verbo Se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade’ (Jo 1:14). Desde que Cristo veio habitar entre nós, sabemos que Deus conhece nossas provações, e Se compadece de nossas dores. Todo filho e filha de Adão pode compreender que nosso Criador é o amigo dos pecadores. Pois em toda doutrina de graça, toda promessa de alegria, todo ato de amor, toda atração divina apresentada na vida do Salvador na Terra, vemos ‘Deus conosco’ (Mt 1:23)” (O Desejado de Todas as Nações, p. 23, 24).

Tenham todos um ótimo domingo!


sábado, 14 de janeiro de 2012

Um Cântico Novo!


Eles cantavam um cântico novo diante do trono, dos quatro seres viventes e dos anciãos. Ninguém podia aprender o cântico, a não ser os cento e quarenta e quatro mil que haviam sido comprados da Terra. Apocalipse 14:3

Estou sentado na quarta fileira de bancos da grande sala de concertos, totalmente paralisado pelos sons que emanam do solista.

Ele é nada para ser admirado; ele é tudo para ser admirado. Baixo e barrigudo, tem os cabelos grisalhos. O rosto traz as marcas do tempo. As pernas envoltas em braçadeiras metálicas arrastam-se sem vida enquanto ele se movimenta com dificuldade em direção ao palco. O maestro o acompanha carregando seu violino e o arco. Com grande esforço (enquanto o auditório prende a respiração), o solista sobe à plataforma acima do palco e se acomoda na cadeira que lhe foi designada.

Seu rosto, no entanto, é maravilhoso e ilumina-se ao menear a cabeça agradecendo os aplausos e os cumprimentos de todos por sua participação. Esse é um homem compassivo, bondoso, terno – e muito corajoso. Seu rosto revela o poder da graça para superar imensas adversidades.

O maestro Leonard Slatkin ergue a batuta e a Orquestra Sinfônica Nacional começa a tocar as primeiras notas musicais do concerto para violino de Beethoven. Essa obra magnífica, composta em 1805, é longa e difícil e estabeleceu um novo padrão de avaliação. Afinal, é o concerto para violino de Beethoven. Após essa obra-prima, o compositor não intentou outra.

Todos os olhares estão pregados no homenzinho sentado à cadeira dobradiça de onde emanam sons celestiais – Itzhak Perlman. Ninguém se lembra mais das pernas paralisadas ou das muletas. Um dom maravilhoso está sendo partilhado. Ele toca com os olhos fechados e suas expressões faciais mudam constantemente à medida que vive a música.

O concerto continua. Por quatro minutos ele é uma voz única e isolada, a orquestra em silêncio, o som do violino elevando-se ao céu. Então, tudo acaba. O auditório coloca-se em pé, gritando: “Bravo!” Ele olha ao redor, quase surpreso em ver o público. Seu rosto transparece o cansaço. Pega as muletas e esforça-se para descer da plataforma e depois do palco. O auditório, em pé, pede repetidamente que volte.

Todo cristão possui um cântico que apenas ele pode cantar. Você possui o seu, eu o meu. Num contexto mais amplo, cada pessoa na Terra toca uma música que apenas ela pode tocar. Haveremos de cantar naquele dia maravilhoso e contar a história: “Salvos pela graça!”

Amém por isso! Salvos pela Graça!


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Recebendo Sem Merecer!


Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: “Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever”. 
Lucas 17:10

Eu sempre o observava transitando vagarosamente pelo campus em sua cadeira de rodas. Um chapéu protegia a cabeça e as orelhas. Os pés ficavam bem agasalhados e as mãos bem aquecidas com luvas. Ele mesmo se empurrava no inverno rigoroso de Michigan, Estados Unidos, em direção à sala de aula.

Há vários anos, a esclerose múltipla acometeu Dave. A princípio, ele sentiu os efeitos da doença nos pés, depois nos tornozelos e mais tarde nas pernas. Na ocasião em que frequentou minhas aulas, suas mãos estavam começando a endurecer. Escrevia tentando controlar os fortes espasmos nas mãos e realizava as provas datilografando com dificuldade numa máquina de escrever sobre a cadeira de rodas.

– Como vai, Dave? – eu costumava perguntar àquela figura muito bem agasalhada que se esforçava para se movimentar pelo corredor.

– O Senhor é bom! – ele sempre respondia com um sorriso.

Certo dia, ele me entregou uma citação de uma de suas autoras prediletas, Ellen White: “Àquele que se contenta em receber sem merecer, que sente que nunca poderá recompensar tal amor, que põe de lado toda dúvida e descrença e achega-se como uma criancinha aos pés de Jesus, todos os tesouros do amor infinito são um presente eterno e gratuito” (Signs of the Times, 28 de fevereiro de 1906).

– Sou eu – Dave acrescentou. – Não tenho nada para oferecer a Deus. Olhe para mim! Não mereço nada. Mas me contento em receber sem merecer. Não é maravilhoso?

Durante os dois anos em que Dave frequentou o campus, nunca o ouvi reclamar. A esclerose múltipla arruinou seu corpo e destruiu seu casamento, mas ele jamais lamentou: “Por que eu?” Sempre repetia: “O Senhor é bom!”

O Senhor é bom. Se pudéssemos enxergar-nos como realmente somos, perceberíamos que não temos nada para oferecer a Jesus. Isso vale tanto para aqueles que já se tornaram cristãos quanto para aqueles que ainda não se converteram. Todos os nossos atos de justiça são como trapos de imundícia diante da Sua santidade (Is 64:6); nossas obras e o desempenho de nosso dever não são grande coisa e, certamente, não são suficientes para recebermos a aprovação de Deus.

Mas a graça permite que recebamos aquilo que não merecemos – e não aquilo que deveríamos receber. Àquele que se contenta com a graça, àquele que não busca a exaltação própria, o céu abre as comportas do reservatório de bênçãos divinas.

Contento-me em receber sem merecer?

Pense nisso e desfrute desse dia na presença de Deus!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Restante da História!


Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e Sua graça para comigo não foi inútil; antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo. 1 Coríntios 15:10

A história que descreve a conversão de John Newton – homem irreligioso, libertino e negociante de escravos – após ter clamado a Deus ao ver seu navio quase afundar já foi muitas vezes contada. Porém, há muito mais detalhes nessa história extraordinária.

Aos 25 anos, John se casou com Mary Catlett, por quem fora apaixonado durante muitos anos. Quatro anos mais tarde, desistiu da vida de capitão marítimo e se tornou medidor de marés em Liverpool, Inglaterra. Ali entrou em contato com George Whitefield, um grande pregador, e também com John Wesley, fundador do metodismo.

John Newton decidiu se tornar pastor. Enfrentou momentos difíceis no início, mas finalmente foi ordenado ministro da Igreja da Inglaterra e recebeu o chamado para pastorear a paróquia de Olney, em Buckinghamshire. Multidões se juntavam para ouvi-lo pregar; a igreja precisou ser ampliada. Logo Newton estava pregando em outras partes do país.

Vários anos depois, o poeta William Cowper se estabeleceu em Olney. Sua chegada e a amizade que travou com Newton resultaram num novo e mais amplo ministério. Cowper auxiliava Newton nos cultos realizados em Olney e em outros lugares também. Juntos deram início a uma série de reuniões de oração semanais com o objetivo de compor novos hinos em cada um dos encontros. Como resultado, foram publicadas várias edições do Olney Hymns [Hinos de Olney]. A primeira delas foi lançada em 1779 com 68 hinos compostos por Cowper e 280 por Newton.

“Graça Excelsa” (HASD, nº 208), sem dúvida, é o hino mais conhecido de John Newton, mas ele também compôs vários outros hinos dos quais gostamos e cantamos até hoje. “A Semana Já Passou” (HASD, nº 529) e “Grandes Coisas, Mui Gloriosas” (HASD, nº 557) são dois exemplos.

Em 1780, Newton se mudou de Olney para Londres. Ali atraiu a atenção de grandes multidões e influenciou muitas pessoas, inclusive William Wilberforce, que se tornou líder da campanha abolicionista. Newton continuou pregando até o último ano de sua vida, quando estava com 82 anos e cego.

Que linda história sobre a graça divina! A graça liberta. A graça transforma. Graça excelsa, sem dúvida!

Um ótimo dia pra todos aqueles que amam essa Graça maravilhosa!

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More